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A relação de Gilberto Dimenstein com as grandes metrópoles era especial. Seus lugares preferidos no mundo eram as cidades de São Paulo e Nova York, cujas ruas percorria por horas a fio, à procura de personagens inusitados e soluções criativas, capazes de dinamizar, harmonizar e humanizar os espaços urbanos.
Pressão e Reverberação
As histórias que coletava foram extensamente divulgadas na coluna Urbanidade (publicada pela Folha de S. Paulo), nos seus comentários diários para o programa Mais São Paulo (veiculado pela rádio CBN) e nos conteúdos produzidos para os sites Catraca Livre e Vila Mundo – inicialmente criados pelo jornalista para incentivar as pessoas a utilizar melhor as atividades gratuitas disponíveis em suas localidades.
Dimenstein também usava suas plataformas de comunicação para mobilizar a opinião pública e pressionar lideranças a tornar suas cidades mais acolhedoras e cidadãs. Foi esta a sua intenção ao defender o projeto Ruas Abertas, que, aos domingos, impede a circulação de automóveis por vias como a Avenida Paulista, em São Paulo, a fim de permitir a sua ampla ocupação por pedestres e atividades de cultura e lazer.
O jornalista liderou campanha para vetar a entrada de carros e iluminar o Beco do Batman, na Vila Madalena, galeria de grafites a céu aberto que se tornou patrimônio cultural da capital paulista. Sempre defendeu a redução do limite de velocidade no trânsito e a criação de ciclovias e ciclofaixas para encorajar as pessoas a trocarem os automóveis pela bicicleta, que se tornou uma de suas paixões.
Intervenções Urbanas
Deu visibilidade a inúmeras intervenções urbanas, tanto as de grande envergadura, como o Parque da Vila, a reforma da tradicional Praça Roosevelt, o Seminário da Noite Paulistana e o Teatro da Vila, quanto as mais singelas, como o projeto Orquídeas da Vila, criado pelo professor Diego Ramos Lahóz para estimular moradores a pendurar vasos de flores nos postes da Vila Madalena.
Para além de divulgar experiências realizadas por outras pessoas, Dimenstein também viabilizava muitas das gentilezas urbanas que desejava ver na sua cidade. Algumas de suas iniciativas mudaram a cara do bairro da Vila Madalena, espalhando cores por seus muros e música por suas ruas. Uma delas foi o Armazém da Cidade, que promoveu espaços de convivência e atividades culturais na Rua Medeiros de Albuquerque. Outra foi o ReciproCidade, plataforma para apoiar projetos criativos voltados a ampliar a qualidade de vida em centros urbanos.
Logo após a sua morte, a Vila Madalena o homenageou batizando de Gilberto Dimenstein a pequena praça nas imediações do Beco do Batman, da qual costumava cuidar e por onde circulava quase que diariamente.
Para saber mais sobre os projetos de Dimenstein que influenciaram a maneira do paulistano perceber e ocupar os espaços públicos, assista aos vídeos com seu filho Gabriel Dimenstein e com a produtora cultural Minom Pinho.