Exame mostra que vantagem de particulares não é tão grande

Um dos sinais mais eloquentes de apartheid social no Brasil é a possibilidade ou não de entrar numa escola privada.

A instituição privada é vista, pela qualidade de seu ensino, como um passo essencial para o indivíduo entrar com menos desvantagem no mercado de trabalho.

Os resultados do Saeb mostram que, como se imagina, a escola particular exibe melhor desempenho – mas também mostra que esse desempenho não é expressivamente melhor. Deve-se considerar que um aluno de escola privada custa várias vezes mais do que o de uma pública.

Pegue-se o ensino médio. A pontuação média desejável em matemática deveria ser 400; as escolas privadas batem nos 349, não tão acima dos 311 das municipais e dos 291 das estaduais.

Em português a diferença é ainda menor. A média ideal deveria ser 325. As privadas praticamente a atingem, chegando aos 324. Não muito acima, de novo, das municipais ( 293) e estaduais ( 282).
A distância especialmente expressiva em cadeiras como química e física no ensino médio demonstra que os alunos vão para a faculdade ou para o mercado de trabalho sem os conhecimento necessários. Para um patamar desejável de 400 em física, os das municipais só chegam aos 295; estaduais 272. Privadas, 341.