ousada decisão de Gilberto Kassab de abrir as ciclofaixas de madrugada durante o Natal, criando uma inusitada imagem na história de São Paulo, mostra que a bicicleta foi o grande personagem de 2012. As milhares de bicicletas rodando serão a luz mais interessante neste Natal, gerando iluminação sobre uma visão de cidade.
A decisão de Kassab tem riscos. Se já é difícil andar de bicicleta de dia, mais arriscado de noite. Isso vai exigir da prefeitura uma série de medidas de segurança para evitar acidentes. E certamente vai irritar motoristas.
Nessa busca por espaço contra o carro, há um clima heroico de guerra de guerrilha contra a barbárie urbana- uma resistência contra a selvageria de uma cidade sem planejamento em que o indivíduo não é respeitado se estiver andando a pé.
Neste 2012, as ciclofaixas integraram espaços na cidade como nunca foram integrados, ligando a Cracolândia ao Ibirapuera, como se retomássemos territórios.
O movimento veio para ficar. Basta ver que é o que vem acontecendo nas principais cidades do mundo, onde o centro das ações é o pedestre.
Apesar de todos os problemas e falhas, a bicicleta sinalizou, em 2012, o que São Paulo deve ser.